terça-feira, 29 de junho de 2010

Drogas: ilegalidade ou escolha?

O contingente de pessoas envolvidas - direta ou indiretamente - com as drogas é cada vez mais crescente. O grupo de indivíduos que se apóiam nas drogas se divide entre aqueles que realmente as consumem e aqueles que sofrem por causa destes usuários, além, claro, daqueles que fornecem as drogas. Discutem-se ainda quais fatores levariam o indivíduo ao uso das drogas, pois não uma singularidade para a causa. As pessoas pensam diferentemente, as drogas são estimuladas também de forma diferente. Cada pessoa se sente motivada pelas drogas a partir de determinadas circunstâncias. Mas, afinal, em relação às drogas há ilegalidade ou é questão de escolha de cada pessoa? Fato é que no Estado Democrático de Direito em que o Brasil se afirma constitucionalmente as drogas são ilegais.

A sociedade brasileira vive atualmente em um mundo cercado de difíceis escolhas, e, certamente, estas sejam conseqüências do regime socioeconômico e cultural impugnado pela moderna comunidade que exige o melhor sempre de cada indivíduo para que este esteja em constante evolução. Competições entre as pessoas são constantes; sentimentos ruins brotam a todo o momento e atormentam a vida das pessoas que mantém em seu espírito aquilo que a contemporaneidade prega de não serem admitidas derrotas. Exige-se cada vez mais de cada um e muitas vezes não é possível se dar aquilo que se pede. Nesta dicotomia do ser e não ser surgem as drogas como uma válvula de escape de toda e qualquer dificuldade; como um verdadeiro instrumento de fuga da realidade. As drogas aparecem como um caminho fácil para todos os que ainda não aprenderam a se manterem fortes diante das pressões que os vêm assolando.

Não é só nesse contexto de fuga da realidade que as drogas estão inseridas na vida das pessoas. Sabe-se que muitas apenas enxergam as drogas como uma diversão, uma descontração momentânea - o que não é verdade, pois o consumo das drogas causa dependência. O bom senso de responsabilidade é colocado de lado para dar espaço às drogas. Um espaço que começa ínfimo, mas que vai crescendo e tomando proporções enormes. Famílias são destroçadas, empregos são perdidos, amizades são destruídas, por exemplo. É verdade que cada pessoa tem o livre arbítrio de fazer suas escolhas, porém, até onde vai essa liberdade? Se o que se busca, nesse caso, é a diversão, será que não há outro caminho que não as drogas?

O processo de globalização tem um lado positivo que é a enorme extensão das fontes de informação. Existe, hoje, uma grande troca de conhecimentos que foi facilitada pelo regime socioeconômico adotado no mundo. As pessoas se conectam a todo instante, a todo minuto, de qualquer lugar do planeta, de norte a sul, de leste a oeste. Com tanta informação que circula é fácil encontrar qualquer coisa que se queira conhecer sobre as drogas. Tudo fica mais viável quando se o caminho está diante dos olhos. Basta um click para saber que as drogas não trazem benefícios. Seja a curto ou em longo prazo as drogas são maléficas ao homem. Aparece instantaneamente a dependência física e psíquica. Não existe uma boa motivação que justifique o uso das drogas por qualquer pessoa.

Constitucionalmente, a liberdade é garantida. Os indivíduos são livres, possuem liberdade de ser e de fazer o que quiserem, mas existem limites que surgem quando essa liberdade se choca com os direitos e os deveres dos outros. As escolhas de cada um trazem conseqüências que devem ser analisadas previamente. As drogas não podem se limitar ao campo da escolha, pois vão além desse direito. É questão que exige debates mais complexos.

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